...não quero medir a altura do tombo...

Ao som do Baleiro ela pensava e ouvia sua vida. Tudo ali no seu passado, na sua frente, bem ao seu lado. Era como se tudo se encadeasse num aparente circo de horrores que todas aquelas lembranças lhe causavam.

Pensou no que tinha sido. Eu não quero ver você cuspindo ódio... E como sarar a dor? Era tudo tão distante e as marcas tão recentes. Mas ninguém a entendia. Isso já virara costume. Aliás, ela nem sabia mais se havia ali algo para se entender...

Pensou no que era.

Um barco sem porto, sem rumo, sem vela. Não tinha onde ficar, não sabia para onde ir, nem tinha como partir. Simples assim.

Pensou no que poderia ter sido, em qual era a parte da outra estrada no seu caminho, mas talvez essas estradas não se encontrassem. Ou tivessem até se cruzado no sinal vermelho. Sabe lá...

Estava tudo bem perto, tudo ali, na sua frente, feito retroprojetor passando nas nuvens. Quanta coisa ficou perdida em letras e canções, palvras e silêncios...

Quis pensar no que poderia ter sido. No que seria. Mas estava tudo muito longe mesmo. O vento no rosto, propaganda da tv, não queria nada daquilo, sabia da queda, sentia o veneno, não tinha mais crença nem em Deus nem no Diabo.

Não queria voltar para casa. Antes o filme das lembranças do que a certeza da realidade. Não sabia o que a deixava mais triste. Restava a alegria fingida e a falsa tranquilidade de quem não sabe quase nada. Afinal, não era preciso saber mais nada. Pelo menos não os outros...

1 Seus Mistérios:

Bruno disse...

Filmes, shows... se somos os atores nisso tudo e se a p´ropria vida se enquadra nessa metáfora, nessa metonímia existencial... eu só posso te desejar um melhor script nisso tudo ou quem sabe, ainda falando nessa linguagem tão desgastada que é a metáfora, possamos passar de atores a escritores do nosso destino

vamos tentar! Tudo e nada nos pertence

um abraço!

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