Diálogos da vida real? Para sempre, C. F. A...

"Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento."

"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais – por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia – qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!"

"Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, dói demaais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar..."

"Em outros tempos diria “Tomei raiva de você”. Mas nem foi raiva, vejo isso agora. É só tristeza mesmo."

"Nada em mim foi covarde, nem mesmo as desistências: desistir, ainda que não pareça, foi meu grande gesto de coragem..."

Amores são sempre possíveis...


Amores são sempre possíveis?

Dreaming With a Broken Heart by John Mayer on Grooveshark
IV - Sonhando acordado

- Então, me fale sobre ela.
- Ah... ela tem um jeito que é impossível de descrever, eu não sei como dizer. Ela tem um jeito leve e ao mesmo tempo desconfiada, com um sorriso capaz de encher i quarto todo, a casa toda de luz. Uns olhos da cor de mel que ficam ainda mais bonitos quando os capturo perdidos no tempo e no espaço, com um toque doce de melancolia que os deixa com um brilho que hipnotiza. A pele dela é suave, tem um cheiro quente, e os cabelos refletem o crepúsculo e a alvorada em cada fio.
Quando estou com ela... feels right, you know? Ela tem o dom de me deixar completamente à vontade e incrivelmente desconfortável. O mais engraçado de tudo é que ela me faz rir, mas rir de verdade, sem aquela magia forçada de uma alegria ilusória, importa socialmente. Ela me faz rir mesmo quando ela é a causa da minha dor.
É estranho... Acho que não sou exatamente do tipo sério, mas agora, vejo o quando fico chato, ainda mais chato do que já sou, quando estou longe dela. Ela não. Ela tem um astral contagiante, de fazer você dançar no meio do supermercado ou sair correndo na praia. Intensa. Ela é intensa em tudo. Na euforia e na tristeza. Mas até a tristeza dela tem uma beleza lírica, bela, contemplativa, que parece uma pintura.
Mas o que mais gosto nela nem é isso. O que mais adoro nela é a liberdade que ela tem, o amor per ser livre, como um animal selvagem, impossível de prender. E se prender, definha, entristece. É um senso de vida, uma vontade louca de viver que, para um homem taciturno como eu, soa imprescindível. Ela me faz bem. Até quando faz mal. Ela é o maior bem de todos. \Ela consegue espantar todos os fantasmas do meu coração tão cheio de sombras. E é assim, não sei como dizer, acabo só me repetindo, repetindo...
- E ela?
- É a melhor coisa que eu nunca tive...

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