Só as mães são felizes



Por que nossas mães nos contam histórias sobre príncipes encantados quando somos crianças? Já parou para pensar nisso?
Quando somos adultas e achamos que encontramos nosso homem ideal (ledo engano!), elas nos dizem para sempre gostarmos menos do que sermos gostadas, para ter sempre o homem à nossa disposição para o que bem quisermos, para não nos deixarmos impor por eles, não nos apaixonarmos, não nos entregarmos, não nos envolvermos, etc.
Mas então por que elas nos fazem crescer acreditando que não é nada disso; contam-nos histórias de príncipes encantados que vêm nos salvar montados em seus cavalos brancos e vestidos com armaduras reluzentes, que vão nos tirar de um castelo ruim e solitário e nos levar para um palácio onde a vida é maravilhosa, repleta de amor, carinho e felicidade, com direito a um “...e foram felizes para sempre!!!”???
E contam histórias fabulosas de amores inesquecíveis e intensos e grandes e eternos e bonitos e românticos... Aí quando a gente cresce, cadê?
O nosso príncipe acorda de mau humor, sequer dá “bom dia”, vive com a barba por fazer, esquece a toalha molhada em cima da cama, meia suja dentro da gaveta, não manda flores nas datas especiais, diz que você está engordando e os mais descarados ainda ficam dizendo na sua cara o quanto a Daniele Winnitz (putz, como é que escreve mesmo, hein?) é mais gostosa que você, quase que deixando claro que você nunca será como ela, que suas celulites não vão sumir e nem a gordurinha desaparecer (ah, qual o avião que não tem pneu? A Daniele Winiit- sabe-lá-o-quê que se dane!!!). Eles apenas dizem: - Benhêêê, acho que você está precisando de uma academiazinha, não?
O nosso salvador não liga quando diz que vai ligar, nunca tem tempo para você, está sempre em reunião ou já marcou algo com os amigos ou tem futebol. Não existem mais cavalos brancos, no máximo um coletivo branco, ou, em casos de muita sorte, um carro branco (ok garotos, pode parecer materialismo ou interesse, mas namorar a pé... complica!). As armaduras reluzentes parecem terem se transformado numa eterna combinação de bermudão velho com camiseta e chinelas havaianas, que nos fins de semana especiais – coisas rara depois dos 3 meses de relacionamento – quando se sai para fazer algo diferente, é substituído pelo jeans surrado e a gola pólo.
Não se puxa mais a cadeira, não se estende mais a mão para ajudar a entrar no carro, não se manda mais flores. Declarações de sentimento agora são coisas de outro mundo. Quando se está em apuros o príncipe, ao invés de resgatar e salvar a pobre mocinha, aproveita é para sumir!!! Como é que pode? Não entendo...
Onde foi parar aquele homem bom, generoso, honrado, cavalheiro, corajoso e destemido, que gosta de mim acima de tudo, capaz de enfrentar um dragão ou uma bruxa má para me ter ao lado dele e comigo ser “...feliz para sempre...” ???
Ah mães... não façam mais isso com suas filhas...


"Amor, meu grande amor
Só dure o tempo que mereça
E quando me quiser,
que seja de qualquer maneira
E enquanto me tiver
Que eu seja a última e a primeira
E quando me encontrar
Meu grande amor
POR FAVOR
ME RECONHEÇA..."
Amor, meu grande amor - Barão Vermelho


Lua Aaliyah
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