Olha eu aqui de novo, com você aos meus pés, falando sobre a efemeridade da vida e achando bom. Apenas corro os dedos pelo teu rosto, teus cabelos, e como dói te ver assim tão linda, tão perto, tão pura, tão branca... E eu aqui, vendo teu cabelo vermelho manchar a alvura da tua pele, novamente ouvindo você se perguntar onde foi que você errou. Mas não tem como uma pessoa como você errar. No fundo ninguém nunca erra, a vida é que nos faz perder o timming dos acontesentimentos. E se a questão não for a similaridade? De quem é a culpa quando um dia se acorda e não se tem mais a impressão de que aquela pessoa deitada ao seu lado é a "sua pessoa"? Você está com a sensação de que o sorriso já não é mais o mesmo, a piada já não tem a menor graça, a presença é estranha. Ah baby, quer coisa mais estranha que quando vocês saem para jantar e fica aquele silêncio constrangedor? Cada um começa a olhar pros lados, sem coragem de ver um nos olhos do outro que eles estão comendo a morte. Não meu amor, ninguém errou aqui não. É só a vida que faz essa coisa de desejar e sentir ser algo tão maior, mas tão maior que a gente que faz a gente sentir obrigação de dar sempre certo. E nunca vai dar certo, por que isso implicaria em não haver erros. E na verdade, ninguém de fato erra, mas o que deixa a coisa engraçada é a sensação de que também nunca acerta.
A gente não tem como adivinhar, vidinha. Seria erro depois de tanto tempo derrubar o véu e sentir que o que você sempre pensou esteve ao seu lado? É questão de timming, já disse, puro timming.
Mas aí a gente berra, e deita, e chora e se descabela por que os ponteiros do relógio biológico andam de forma meio capenga. Eu já perdi a conta de quantas vezes me deu essa sensação de raiva, sabe, por que quando a gente olha, a vida é uma grandessíssima filha da puta...
Ah, mas e vale a pena quebrar o salto por uma coisa dessas? Não baby, não fica assim não. vamos tomar uma vodca, ouvir um bom e velho blues e deixar que pelo menos o feeling tome conta do nosso coração...
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1 Seus Mistérios:
"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas..."
- Caio Fernando Abreu -
Acredito que não preciso dizer mais nada... :)
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