
Quero-te longe, mesmo perto, mesmo ausente, sempre pensante.
Não me escolha pelos vícios, nem me ateste pelas virtudes. Apenas sinta o que tenho a lhe passar.
Não ligue para o que digam, nem surpreenda-se com as provocações. Aceite o fato, receite a fórmula, prescreva o antídoto.
Ou não; deixe tudo leve, deixa passar junto com as folhas desse fim de inverno, apenas não deixe ficar em branco.
Não te faças de desentendido, nem fujas atrás de um falso você. "Você tem todas as armas para me ter, e talvez até já saiba que eu vejo você". Isso não é de agora. Eu sei. Você me lê.
Quero tuas mãos a caminhar pelo meu corpo, em pensamento e forma, conteúdo fixo em retinas e mente.
A forte física presença por diversas vezes relevada. Quero-te ao tudo, quero-te por nada.
Não ao meu lado, mas perto de mim. Também me queira, me receba, me encaixe.
Sejas meu na beleza da palavra ser, longe das amarras do possessivo, mas próximo do carinho da pertinência, de pertencer, de querer ser meu.
Se sabes disso? Sabes... Se não, presumes... Se não, deixa para lá...
Apenas mais um desabafo numa noite quente de lua, recostada em minha cama, pensando longe, olhando pelo vidro da janela as estrelas... Pensando...Imaginando...Dormindo...