Alívio

Não escrevo para ser famosa, para ser repetida nem para ser reconhecida. Muito menos escrevo para deixar um legado à humanidade, mudar o mundo ou deixar qualquer espécie de mensagem a quem quer que seja. Não escrevo para dar indiretas. Aliás, faço isso de forma bem direta mesmo, através da fala.
Não pretendo cumprir a meta de plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Não tenho tempo para isso. Nem quero trazer alegria e conforto através das minhas palavras. Não sou nem psicóloga. Não busco tampouco despertar inquietudes pelos meus textos. Acho que já tem paixão e medo demais no mundo para fazer isso.
Escrevo porque não caibo dentro do meu corpo. Por que meu universo é mais amplo e profundo do que minha cabeça pode processar. Escrevo porque nunca haverá musicas o suficiente no mundo que falem por mim aquilo que acho que não sei dizer.
Escrevo porque sinto muito, e a tristeza é tão sofrida e a felicidade tão alegre que vivo com o peito prestes a explodir. A intensidade da chuva me comove e oisterio do luar me emociona, e a voz humana é falha, e seu barulho quebra a beleza frágil do silêncio.
No final, escrevo porque não sei fazer outra coisa na minha vida. E nem quero. Escrevo para não sentir dor. Escrevo para continuar a ser eu mesma...

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