Todo mundo que já se apaixonou na vida sabe como é a delícia dos primeiros dias, as descobertas sobre o outro, as trocas de olhares e as primeiras confidências. Com ele não era diferente. Às vezes sentia-se em êxtase. Às vezes era um torpor. Tudo acompanhado de uma serena tranquilidade quando estava junto dela. E a cada dia se gostavam mais, se curtiam mais, se conheciam mais.
Não era a primeira vez que sentia algo assim por alguém. Já tinha se apaixonado antes. O calor no peito, a respiração ofegante. Aquele momento em que tudo parece estar no seu lugar. E foi exatamente quando tudo se encaixou e parecia que não tinha mais como dar errado que ele começou a sentir medo.
E aqui, antes que os defensores do amor livre venham se manifestar, não era ciúmes que ele sentia. É engraçado como o monstro dos olhos verdes tem seu berço nas coisas absurdas da mente humana. Não, ele não pensava nisso. Sentia-se completo ao lado dela, não olhava nem para o lado, e sabia que ela também só tinha vontade de estar com ele.
Não, também não era insegurança; sentia-se bem consigo, com ela. As conversas eram agradáveis, por vezes intermináveis, as personalidades batiam. Também é engraçado que quando parece que é pra acontecer, a química rola, o beijo encaixa, a pele combina, o sexo é intenso. E a sensação da intensa perfeição era justamente o que o deixava tão feliz e completo, e ele sabia, ah, ele sabia que ela também sentia isso. Ele conhecia aquela pele, aquele toque, aquele cheiro, a saliva do gosto do beijo. Sim, ele sabia.
Mas, em uma noite quente, entre fumaça de cigarro e conversas sem sentido, ao se despedir dela, ele teve medo. E se dessa vez também desse tudo errado?
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