Se eu puder passar, eu passo
Se eu puder entregar, entrego
Se eu puder fazer, eu faço
Se eu puder negar, eu nego
Se eu conseguir chegar, eu chego
Se eu tiver que ligar, eu ligo
Se no fim eu puder pagar, eu pago
Se eu puder pegar, eu pego
Se eu puder chamar, eu chamo
Ou se for só pra escrever, escrevo
Se for preciso comer, eu como
Se necessitar dormir, eu durmo
Se tiver que resolver, resolvo
Se eu puder fazer algo, eu faço
Se for preciso esperar, impaciento
Se eu tiver que me acalmar, me acalmo
Se eu puder então chorar, eu prendo
Se é preciso compreender, entendo
Se eu conseguir amar, eu amo
Se eu tiver como viver, eu vejo...
Admirável Mundo Novo
É chegado um tempo em que podemos dizer o que pensamos, mas não devemos. Não devemos por que sempre vai incomodar alguém. E é proibido incomodar quem quer que seja.
É um tempo no qual você pode ter a opinião que quiser, desde que seja igual a do próximo. Da maioria. De todos. Um tempo no qual você precisa se justificar após emitir um comentário. Precisa se desculpa antes mesmo de alguém se sentir ofendido. Por que sempre vai ter alguém para se sentir ofendido. Um tempo no qual a pressão por pensar diferente faz com que cada vez mais as pessoas pensem de maneira igual. Uniforme. Superficial. Um tempo no qual se cita mil e um teóricos para explicar o que se pensa, mas nunca se faz nada na prática.
É chegado o momento em que fingimos que gostamos do programa de TV ou do filme, ou então, calamos. Em que fazemos isso muitas vezes por preguiça de discordar e enfrentar as consequências. Tempo em que calar é a melhor saída para evitar a fadiga.
Um tempo em que se pode pensar livremente, falar abertamente, e ser tão - ou mais - julgado por isso quanto nos tempos em que havia limites, censuras, opressões.
Mas a censura não vem de um ser superior, uma entidade que se considera master.
A censura agora vem da pessoa sentada a seu lado na faculdade, do seu amigo no Facebook. A censura vem de nós mesmos. É chegado o tempo da ditadura do próximo, tempo no qual refreamos e pensamos duas, três, quatro, mil vezes antes de fazer algo, medindo e calculando o impacto do que vamos falar ou fazer. A pena? Nada de torturas ou prisões. Algo pior. O julgamento do outro. A espera pela aprovação e a agonia pela desaprovação. Uma vida contada em likes, thumbs up, shares, comments, regrams, e outros estrangeirismos mais, já traduzidos.
É chegado o admirável mundo novo. E o governo, esse não mete mais medo. Somos nós mesmos que amedrontamos.
É um tempo no qual você pode ter a opinião que quiser, desde que seja igual a do próximo. Da maioria. De todos. Um tempo no qual você precisa se justificar após emitir um comentário. Precisa se desculpa antes mesmo de alguém se sentir ofendido. Por que sempre vai ter alguém para se sentir ofendido. Um tempo no qual a pressão por pensar diferente faz com que cada vez mais as pessoas pensem de maneira igual. Uniforme. Superficial. Um tempo no qual se cita mil e um teóricos para explicar o que se pensa, mas nunca se faz nada na prática.
É chegado o momento em que fingimos que gostamos do programa de TV ou do filme, ou então, calamos. Em que fazemos isso muitas vezes por preguiça de discordar e enfrentar as consequências. Tempo em que calar é a melhor saída para evitar a fadiga.
Um tempo em que se pode pensar livremente, falar abertamente, e ser tão - ou mais - julgado por isso quanto nos tempos em que havia limites, censuras, opressões.
Mas a censura não vem de um ser superior, uma entidade que se considera master.
A censura agora vem da pessoa sentada a seu lado na faculdade, do seu amigo no Facebook. A censura vem de nós mesmos. É chegado o tempo da ditadura do próximo, tempo no qual refreamos e pensamos duas, três, quatro, mil vezes antes de fazer algo, medindo e calculando o impacto do que vamos falar ou fazer. A pena? Nada de torturas ou prisões. Algo pior. O julgamento do outro. A espera pela aprovação e a agonia pela desaprovação. Uma vida contada em likes, thumbs up, shares, comments, regrams, e outros estrangeirismos mais, já traduzidos.
É chegado o admirável mundo novo. E o governo, esse não mete mais medo. Somos nós mesmos que amedrontamos.
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